Sabe aquele dia chuvoso, que faz você pensar em outros lugares? Pois é, o meu começou assim… E ficou melhor quando recebi esta foto, feita por minha mãe.
Olhando para a imagem várias coisas me passaram à mente – tomando por referência algo que meus olhos enxergaram.
A primeira delas foi a visão da coluna – lembrei que para algumas pessoas não há opção, elas devem ser sempre fortes pois são amparo para si e para outras.
O gradil ligado à coluna me faz pensar nos limites internos, que nós devemos definir para nós mesmos. Nem tudo convém fazer, assim como não é todo lugar que convém pisar.
O jardim, ainda que pequeno e simples, é um lembrete de que precisamos florescer pois o mundo necessita da alegria das cores que as flores podem dar.
E o que dizer do solitário tijolo? Não pense que ele estava naquele lugar por esquecimento, não foi essa a mensagem que meu coração captou. A presença dele ali é um indício de que algo novo está sendo construído nas proximidades.
O piso e o muro com grades me fazem pensar que as pressões externas nos tiram da zona de conforto e nos obrigam a ajustar algumas coisas, mas a profundidade disso só os “entendedores entenderão”.
E o que dizer do lado de fora? Ah o lado de fora… Ele me lembra que crescer faz a gente mudar o jeito de ver as coisas. Quando somos crianças nos fazem acreditar em tantas estórias. Acredita que um dia me disseram que dentro da mata que existia naquele terreno morava um “bicho-papão”? Pois é, hoje eu olho e só vejo um “vazio urbano”. E ainda tem um rio com corredeiras que passa no fim dessa rua e produz o som que meus ouvidos ouviram por muitos anos, como se fosse o fundo musical da minha vida.
E você, tem conseguido ver além?
Ana Cunha
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