Dn 2:16-18 – Então Daniel foi falar com o rei, e este concordou em esperar, a fim de dar tempo a Daniel para explicar o sonho. Depois, Daniel foi para casa e contou tudo aos seus amigos Ananias, Misael e Azarias. Daniel disse que orassem ao Deus do céu, pedindo que tivesse pena deles e lhes mostrasse o que aquele sonho misterioso queria dizer, a fim de que Daniel e os seus amigos não morressem junto com os outros sábios da Babilônia.
Essa é a história de alguns amigos, que sendo sábios, inteligentes, homens de boa procedência – filhos de famílias reconhecidas em Israel, foram levados como cativos para a Babilônia.
O rei daquele local decide que esses jovens seriam preparados para entender a cultura babilônica e conhecer a culinária. Por conta disso eles ficam certo período em regime alimentar, onde deveriam comer das iguarias definidas pela autoridade constituída.
Mas Daniel pede ao responsável por lhe alimentar para que eles fiquem um tempo sem atender ao comando real no que diz respeito ao que iriam comer. Comprovado que eles não sofreram nenhum dano com a alimentação diferenciada, eles ganham o direito de se separar dos padrões culinários locais.
Daniel e seus amigos tomaram a decisão de ser diferentes dos que estavam ao derredor, e eles foram diferentes. Dentre todos os jovens que viviam em cativeiro, eles foram separados para servir ao rei, tendo sido colocados em uma condição de pessoas inteligentes, chamados naquela época de astrólogos.
Neste contexto o rei tem um sonho – em uma daquelas noites que se dorme mal e ainda é visitado por sonhos que parecem não ter sentido algum. Todo mundo já viveu uma noite dessas.
O rei ficou muito angustiado em consequência dessa noite atribulada e decide chamar os sábios mais antigos para apresentar o sonho, na esperança de que pudessem adivinhá-lo e interpretá-lo. O insucesso dessa missão colocaria em risco de morte todos os astrólogos – inclusive Daniel e seus amigos, que nem haviam sido chamados.
Essa missão era muito difícil, que colocava em risco pessoas que não tinham nenhum envolvimento com o problema. Essa história já se repetiu muitas vezes ao longo dos anos e também na Bíblia.
No livro de Josué, por exemplo, consta que Acã pegou para si uma capa, ouro e prata após a destruição de Jericó e o povo perdeu a batalha. Israel inteiro foi prejudicado pelo pecado de um.
Daniel e seus amigos estavam também na condição de prejudicados pela falta de capacidade de adivinhar dos outros sábios. Por conta disso Daniel pede uma chance para ir até o rei e tentar reverter a situação.
Na conduta de Daniel podemos extrair um ensino: Em caso de situações difíceis devemos desejar estar na presença do Rei.
Neste contexto o rei era uma pessoa, a autoridade da época. Daniel foi até ele para lhe pedir tempo para buscar à Deus a fim de saber qual era a interpretação para o sonho.
Depois disso Daniel faz outra coisa: Ele vai ao encontro de seus amigos e compartilha com eles qual é a situação que estão enfrentando e lhes propõe que se unam para clamar o Senhor, pedindo para que eles, juntamente com os outros sábios não fossem executados.
Todas as vezes que pedimos algo para Deus que irá beneficiar exclusivamente a nós mesmos, a nossa oração está fadada ao insucesso. Todas as vezes que buscamos à Deus, pedindo algo que vai incluir os outros, inclusive pessoas que nem mantemos comunhão com elas, essa oração terá resposta favorável. O nosso clamor deve ser algo que vai abençoar os outros.
Dn 2:19-23 – Naquela noite, Daniel teve uma visão, e nela Deus mostrou o que o sonho queria dizer. Então Daniel agradeceu a Deus dizendo: “Que o nome de Deus seja louvado para sempre, pois dele são a sabedoria e o poder! É ele quem faz mudar os tempos e as estações; é ele quem põe os reis no poder e os derruba; é ele quem dá sabedoria aos sábios e inteligência aos inteligentes. Ele explica mistérios e segredos e conhece o que está escondido na escuridão, pois com ele mora a luz. Ó Deus dos meus antepassados, eu te agradeço e te louvo, pois me deste sabedoria e poder. Tu respondeste à nossa oração, nos mostrando o que o rei quer saber.”
Neste contexto o que eles precisavam era da revelação. Eu não sei o que você precisa, mas o Deus que agiu na causa de Daniel, alcançando os seus amigos e ainda os outros que ele não tinha relacionamento, é o Deus que tem interesse em responder ao seu clamor.
Ana Cunha Araújo