Cresci com a consciência de ter bem perto outra nação. Quantas vezes me alimentei de iguarias bolivianas sem ao mesmo saber que estava ingerindo parte de outra cultura. Hoje, já com maturidade e um olhar mais depurado pela formação profissional, me deleito em estudar um pouco sobre essa terra que, de certa forma compõe a minha história.
A cidade de Guayaramerín foi fundada em 8 de dezembro de 1892, por seringueiros. Na época recebeu o nome de Puerto Palmira, depois Puerto Sucre, e mais tarde passou a se chamar Guayaramerín. Esse mesmo nome, em português, é o nome de minha cidade natal – que fica do outro lado do rio Mamoré.

A história desses lugares tem uma ligação – que nunca aconteceu no físico, mas que ficou nos laços consanguíneos: a promessa da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré – EFMM, que cruzaria o Rio Mamoré. Essa ferrovia facilitaria o acesso da borracha boliviana ao Oceano Atlântico, uma vez existem muitas corredeiras que dificultam a navegação nos rios Mamoré e Madeira.
Essa ferrovia, no território boliviano teria seu ponto final Riberalta, mas, os vários percalços que aconteceram ao longo de sua execução só lhe permitiram chegar até a cidade de Guajará-Mirim, em Rondônia.
Uma das coisas que me chama atenção é o traçado urbano – o mesmo padrão de “tabuleiro de xadrez” é encontrado nas duas cidades.


Esse é um lugar que muitas vezes é visitado por conta de seu comércio – eu mesma, por anos só estive em Guayaramerin quando pretendia adquirir algo que era vendido lá. Em minha última visita me permiti chegar nessa terra como quem estava indo reencontrar uma uma amiga que se tem gratidão – e percebi que ela me recebeu da melhor forma, inclusive me mostrando facetas que eu nunca havia visto.
Seguirei fazendo outros posts falando sobre minha breve estadia ali.
Ana Cunha
Veja mais sobre este assunto:
https://anacunha.blog/2018/07/18/duas-nacoes-dois-rios-e-uma-estrada-de-ferro/
https://guayaramerin.wordpress.com/
https://pt.db-city.com/Bol%C3%ADvia–Beni–Vaca-D%C3%ADez–Guayaramer%C3%ADn